
Muitos pais de crianças brasileiras saíram de férias no ano de 1970, quando o Brasil sagrava-se tricampeão mundial de futebol e a ditadura caçava ativistas políticos. É uma mancha lamentável na história do país, daquelas que não são removíveis com faxina pesada. É essa sujeirinha, incômoda, feiosa, que permeia esta fantástica realização do diretor Cao Hamburger - isso, aquele cara que dirigia Castelo Ra Tim Bum, programa infantil da TV Cultura.
Sem excessos, maneirismos e diálogos fáceis, Hamburger dirige com maestria a história de um menino, filho de revolucionários, que é deixado com o avô quando seus pais precisam fugir da ditadura. Ele vai parar no bairro do Bom Retiro, onde a comunidade judaica paulistana se estabeleceu na década de 70. Emocionante, sem ser piegas. Forte, sem ser apelativo.
Tudo é perfeito: ambientação, figurino, montagem, trilha sonora e fotografia - essa última, sempre com aquela mancha, aquela sujeira. Opaca, meio sem cor. Porém, o destaque fica mesmo para a dupla de crianças : Michel Joelsas e DanielaPiepszyk, que dão um banho ao contracenar com atores de grande porte, como Simone Spoladore e Eduardo Moreira (xará, do Grupo Galpão) .
Uma linha só para escrever que é imperdível!
Já tem gente dizendo que este filme consegue o Oscar. Mas quem precisa de uma merda de estatueta?
2 comentários:
o seu sanduíche aí dirigiu tb a série "Mandrake", boa demais!
preciso assistir, já no trailler me apaixonei pelo guri!
que se foda a estatueta!
:)
besos
O que seriam "maneirismos", ó nobre escrivão?
Abraços!
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